quando milhares de vidas são perdidas
e famílias inteiras são destroçadas por um vírus,
vê-se enfim, uma luz no fim do túnel: o ser humano.
O ser humano, tão criticado porque,
inconscientemente, transmite o vírus,
pode, conscientemente, cuidar, acolher
e sarar feridas com gestos simples,
sem contato físico, mas com amor.
Ao acompanhar o notíciário
vê-se os muitos exemplos de médicos,
enfermeiros, bombeiros voluntários,
auxiliares de lares de idosos, professores
e outros profissionais que arriscam a vida
no exercício de suas atividades.
Muitos voltam do trabalho infetados
e infetam suas famílias
porque são assintomáticos
ou porque o vírus escapa-se ao controlo.
Este blog chama-se Portugal tem
porque mostra as belezas que o país tem.
Mas em nenhum catálogo de turismo
encontramos a maior beleza daqui: os corações humanos.
Infetados pela covid durante a nossa luta pela sobrevivência,
vivemos agora a nossa mais profunda descoberta neste país.
Algumas pessoas estão a telefonar, apoiar, ajudar e aconselhar
de uma forma amorosa e sincera.
A Câmara Municipal de Seia tem um serviço assistencial de apoio
às vitimas da covid. Mas a forma amorosa como a Dra. Margarida Jerónimo nos atende não consta em livros ou manuais. É um tratamento com amor, calor humano, essencial ao nosso sistema imunitário neste momento.
Descobrimos que o Sr. Germano e a esposa Ana não são taxistas. São anjos sobre rodas.
Esta semana eles foram a farmácia para que não precisássemos sair de casa, mas já há quase dois anos que fazem muito por nós.
Paula e Cristina não são apenas cabeleireiras. É claro que fazem um grande trabalho do lado de fora da cabeça, nos cabelos.
Mas também nos tem servido ao lado de dentro da cabeça, aliviando nossas mentes e nossos corações com palavras de apoio e carinho tão necessários nesta angústia. E ainda trazem frutas, vitamina C.
A colega de trabalho Adelaide tem ligado todos os dias para nos dar apoio, o que mostra a importância da amizade verdadeira.
Os bombeiros que nos socorreram à urgência na Guarda, no momento de maior falta de ar, não conseguiremos identificar, não havia condições clínicas para conversarmos. Mas é impossível esquecer o que um falou: "eu também fui infetado, mesmo com todos os cuidados, é quase impossível evitar isto, mas vai melhorar".
A Dra. Rita é um anjo em nossas vidas há mais de um ano. Mas na hora de maior desespero ela demonstrou ainda mais amor por nós.
(Este texto vai assinado por José Luiz e Carla e serve para confortar os corações de nossos amados familiares e amigos no Brasil, que estão muito preocupados e sem poder ajudar. Que saibam que esses anjos fazem por nós o que eles querem fazer e não podem).
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