Dizem
que não existe receita para a felicidade. Eu descobri que há sim.
Existe um
segredo para a felicidade. É possível ser feliz apenas existindo.
São
necessárias apenas duas coisas: a primeira é tomar a decisão de ser feliz e a segunda
é compreender a diferença entre felicidade e alegria.
E eu
explico. Primeiro a decisão. Quer ser feliz? Tome a decisão de ser feliz! Você
existe feliz ou infeliz. Então exista feliz. Encare tudo que existe (as coisas)
e tudo que acontece (os fatos) como elementos de uma vida feliz. Não
classifique os acontecimentos em “deu certo” e “deu errado”. Não! Tudo deu
certo. Quando não acontece da forma como você planejou não significa que deu
errado. Aquela nova forma é um jeito diferente de dar certo. O suposto acidente
que estragou tudo foi na verdade o resultado de ações suas ou de outrem. E
agora outras e ações e caminhos são necessários. E nada estragou, apenas
modificou. Você pode aprender com isso e evitar repetir os mesmos
procedimentos. Inclusive pode deixar de depender muito de outrem para alcançar
o que quer. Nada deu errado. A correção de rumos é às vezes uma pausa para
repensar se aquilo ainda vale a pena. Eu nunca realizei os meus sonhos da
infância. Ainda bem. Hoje percebo o quanto eram esquisitos. Os sonhos mudam.
Tudo muda. A não realização de um sonho pode ser algo positivo quando
analisamos profundamente e percebemos que não tinha muito a ver com a gente. Então
seja feliz com o caminhar e entenda o que tem que ser feito nas situações
reais.
Não
confunda felicidade com alegria.
A
segunda coisa a aprender pra ser feliz é não confundir felicidade com alegria.
Felicidade é interior. É sua decisão pessoal, íntima, independente do que
aconteça.
Alegria é exterior, depende dos acontecimentos. Há momentos em que
estamos alegres e algo de repente nos deixa tristes. Tristes, não infelizes.
Não
existem pessoas alegres!
Às
vezes ouço pessoas a falar: “aquela é uma mulher alegre”. Penso logo – é doida!
Sim, maluca. Ninguém é alegre. As
pessoas estão alegres em certas
ocasiões e logo a alegria passa.
O
filho morreu atropelado. E a tal mulher alegre, continua alegre? É alegre se
for doida.
Mas a
tragédia deixa a mulher triste ou infeliz? Depende. Há pessoas que ficam tristes, na ocasião da tragédia e
por um longo período de tempo, e outras que se tornam infelizes, não tomam a decisão de voltar a ser felizes. É
como se ela tivesse sido atropelada junto com o filho. Mas continua sendo uma
decisão pessoal dela voltar a ser feliz. Mesmo que as lembranças produzam
momentos de profunda tristeza.
Neste
mundo cheio de guerras, violência, preconceito, desigualdade social, doenças,
fome e tantas outras tragédias é possível ser feliz. Não alegres.
Se estivermos
contribuindo com o máximo de nossas forças para diminuir o sofrimento no nosso
planeta, podemos sim ser felizes com a nossa ação. Mas não alegres, pois
lamentamos as frequentes desgraças.
Podemos
ter momentos de grande alegria a cada passo que damos para melhorar o mundo. E
tristeza quando algo não funcionou. Mas podemos ser felizes porque julgamos
estar do lado certo da história. Há pessoas que sentem alegria em destruir
coisas, pessoas e até o planeta. Mas não são felizes, nem saudáveis, e talvez
caibam em outro texto.
Há,
portanto uma grande diferença entre ser
feliz e estar alegre. Ser feliz é
mais fácil. Não precisa de quase nada. Mas estar alegre é mais complicado,
porque depende de fatos que geralmente envolvem outras pessoas e até os
fenômenos da natureza. Por isso a alegria aparece e desaparece tão rapidamente.
Se
você não aceitar que para ser feliz não é necessário ter muita coisa você está
condenando à infelicidade quase toda a população da África. Onde nem água há
para todos. Mesmo assim muitos são felizes. E mostram a sua felicidade através
de manifestações artísticas maravilhosas. Mas são alegres? Óbvio que não! A
alegria resulta de fatores externos a nós. Decorre daquilo que recebemos. De
como somos tratados. A população nativa da África não tem motivos para se
alegrar. Ações externas levaram e ainda levam tristeza àquele povo. Mesmo assim
um espírito alegre os move internamente e seus sorrisos mostram que em muitos
ainda há felicidade. Há quem diga que aqueles sorrisos não mostram felicidade e sim falta de inteligência. E explicam: como pode um menino africano ser feliz sem nada? Eu peço que reflita. Quem tem mais motivos pra sorrir? Um menino que passa o dia a brincar com muitos amigos nas savanas africanas, ao Sol, e caça um animal, espeta num galho de árvore, assa e come com os amigos? Ou para você, feliz é o menino que passa o dia num quarto de uma mansão em Londres, sozinho a brincar com um smartphone? E que come com os empregados porque o pai, magnata, está sempre a viajar? Para enriquecer a sua reflexão, responda à pergunta: qual desses padrões de vida tem provocado suicídios?
Creio
que compreender a felicidade do povo africano deveria se a principal tarefa de
quem quer cultivar a sua própria felicidade. Felicidade até na adversidade e, principalmente, na simplicidade. Saber
lidar com a natureza de forma equilibrada produz uma felicidade que somente
alguns povos nativos da África, da Austrália e da América (nossos índios) poderiam
nos ensinar.
Esse
texto não termina. Os seus comentários serão incorporados aqui. Concordando ou
discordando eu vou alterar o texto de acordo com a sua opinião.
Professor José Luiz da Silva
Eu assinei, mas o texto será continuado por você.
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