segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Flor de Linz, "recados poéticos cortam como faca afiada e desconcertam práticas e falas racistas"

Brasileiro, nordestino em particular, pode ter alguma dificuldade de adaptação à frieza, usei essa palavra de propósito, de alguns seres, culturas e lugares.

Morando na região mais fria da península ibérica já no terceiro outono, tento neste momento refugiar-me em Flor de Linz, de Danielli Cavalcanti.



Este ótimo livro é assim descrito no site A Livraria:

Flor de Linz é uma versão singular no contexto austríaco de literatura produzida por migrantes brasileiras/os. Uma posição diferenciada do corriqueiro: Seus recados poéticos cortam como faca afiada e desconcertam práticas e falas racistas.


Mais do que uma declaração de carinho à cidade de Linz, Flor de Linz é uma declaração do direito das e dos migrantes a intrometer-se, enquanto protagonistas no cotidiano das cidades do velho mundo, por onde passamos tempos de nossas vidas, neste viver globalizado.

Uma declaração de direito à felicidade.” (Rúbia Salgado)

Danielli Cavalcanti nasceu no nordeste do Brasil. Morou mais de 10 anos em Linz. Desde então, tem uma ligação muito forte com a ONG maiz, onde trabalhou mais de 9 anos.

Atualmente, mora na Dinamarca.

O livro Flor de Linz foi escrito em 2015, como forma de refletir e comemorar esses 10 anos de residência, em Linz.

Boa leitura!



Livro Flor de Linz

Sinopse:

Para comemorar os 10 anos de residência e resistência do Café Flor de Linz, na cidade de Linz, na Áustria, a dona da cafeteria decide escrever um livro sobre os momentos mais marcantes vivenciados lá.

Histórias desnudas da experiência de se viver sob o manto ou entre a cerca da migração.

Em cada capítulo há uma protagonista, uma mulher migrante brasileira chamada, carinhosamente, de alguma flor.

São histórias recheadas de saudades, de sensação de pertencimento e exclusão, de resiliência, deconstruções e, sobretudo, de sonhos e de amores.

Ao Café Flor de Linz chegam, diariamente, malas abarrotadas de lembranças, carregadas de esperanças e cheinhas de desejo de que tudo dê certo.

Migrar, verbo transitivo e de ligação.

Mas até que porto vale a pena prosseguir viagem?

Às vezes há de se atravessar um oceano para encontrar o que se procura.

Só indo para querer voltar.

Só indo para ter a certeza de por lá querer ficar.

Só indo para querer seguir a velejar, neste mar de flores migratórias apreciáveis, comestíveis e alucinógenas!

Só indo, porque o que flor, será!

As histórias são baseadas em fatos vivenciados pela autora ou por ela fantasiados a partir de sua experiência como mulher negra, migrante e mãe.

2 comentários:

  1. Muito obrigada, "Portugaltem.eu", pela gentileza do post com o meu Florzinho. Essa capa do seu post é da versão bilíngue português e alemão. Um abraço, danielli

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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