Brasileiro,
nordestino em particular, pode ter alguma dificuldade de adaptação
à frieza, usei essa palavra de propósito, de alguns seres, culturas
e lugares.
Morando
na região mais fria da península ibérica já no terceiro outono,
tento neste momento refugiar-me em Flor de Linz, de Danielli
Cavalcanti.
Este
ótimo livro é assim descrito no site A
Livraria:
“Flor
de Linz é uma versão singular no contexto austríaco de literatura
produzida por migrantes brasileiras/os. Uma posição diferenciada do
corriqueiro: Seus recados poéticos cortam como faca afiada e
desconcertam práticas e falas racistas.
Mais
do que uma declaração de carinho à cidade de Linz, Flor de Linz é
uma declaração do direito das e dos migrantes a intrometer-se,
enquanto protagonistas no cotidiano das cidades do velho mundo, por
onde passamos tempos de nossas vidas, neste viver globalizado.
Uma
declaração de direito à felicidade.” (Rúbia Salgado)
Danielli
Cavalcanti nasceu no nordeste do Brasil. Morou mais de 10 anos em
Linz. Desde então, tem uma ligação muito forte com a ONG maiz,
onde trabalhou mais de 9 anos.
Atualmente,
mora na Dinamarca.
O
livro Flor de Linz foi escrito em 2015, como forma de refletir e
comemorar esses 10 anos de residência, em Linz.
Boa
leitura!
Livro
Flor de Linz
Sinopse:
Para
comemorar os 10 anos de residência e resistência do Café Flor de
Linz, na cidade de Linz, na Áustria, a dona da cafeteria decide
escrever um livro sobre os momentos mais marcantes vivenciados lá.
Histórias
desnudas da experiência de se viver sob o manto ou entre a cerca da
migração.
Em
cada capítulo há uma protagonista, uma mulher migrante brasileira
chamada, carinhosamente, de alguma flor.
São
histórias
recheadas de saudades, de sensação de
pertencimento e exclusão,
de resiliência, deconstruções e,
sobretudo, de sonhos e de amores.
Ao
Café Flor de Linz chegam, diariamente, malas abarrotadas de
lembranças,
carregadas de esperanças
e cheinhas de desejo de que tudo dê certo.
Migrar, verbo transitivo
e de ligação.
Mas
até que porto vale a pena prosseguir viagem?
Às
vezes há de se atravessar um oceano para encontrar o que se procura.
Só
indo para querer voltar.
Só
indo para ter a certeza de por lá querer ficar.
Só
indo para querer seguir a velejar, neste mar de flores
migratórias apreciáveis, comestíveis e alucinógenas!
Só
indo, porque o que flor, será!
As
histórias são
baseadas em fatos vivenciados pela autora ou por ela fantasiados a
partir de sua experiência como mulher negra, migrante e mãe.